Medida visa evitar que as pessoas nas ruas nos próximos 15 dias.
ESTADO
Representantes dos poderes participaram do encontro FOTO: Itamar Aguiar/Divulgação/Palácio Piratini |
Devido
à gravidade da pandemia de coronavírus, o governo do Estado decretou, na manhã
de 19 de março, situação de calamidade pública. Com a mudança de status, novas
restrições serão adotadas, procurando retardar a propagação da doença no Rio
Grande do Sul. O Decreto Nº 55.128 tem aplicação imediata e será enviado à
Assembleia Legislativa para ser convalidado por meio de decreto legislativo. O governo
também publicou um decreto instituindo um Gabinete de Crise, envolvendo vários
setores da sociedade separados em comitês específicos. “Existe um delay entre o
contágio e a confirmação oficial. A estimativa é de que uma pessoa contaminada
dissemine o vírus para mais três pessoas. Por isso, é importante salientarmos
que essas medidas reforçam a situação de urgência que vivemos, não somente em
Porto Alegre e na Região Metropolitana, mas em todo o Rio Grande do Sul”,
ressaltou o governador Eduardo Leite, em coletiva de imprensa realizada por
meio de transmissão ao vivo no Facebook, no Palácio Piratini. Pouco antes
da transmissão, o governador apresentou o decreto aos chefes do Legislativo, do
Judiciário e do Tribunal de Contas.
Transporte
interestadual
O
primeiro decreto veda o transporte interestadual, estabelece o limite de 50% de
capacidade no transporte intermunicipal e também veda o transporte além da
capacidade de passageiros sentados no transporte municipal. Ainda traz
restrições ao comércio, como limite de compra de itens essenciais pelo
consumidor, e proíbe a prática de preços abusivos devido à situação de
excepcionalidade.
Idosos e doentes
crônicos
A
população de risco, que engloba idosos e doentes crônicos, terá um horário
específico para fazer compras. Aos shoppings centers, fica determinado o
fechamento de todo o comércio não essencial, com exceção de restaurantes,
farmácias, supermercados, clínicas e agências bancárias. Em
restaurantes, será necessário manter um distanciamento de dois metros entre
cada pessoa e reduzir a capacidade de atendimento, a fim de diminuir as chances
de disseminação do vírus. Além disso,
determina que o setor de comércio e indústria estabeleça planos de revezamento
e alteração de jornadas para reduzir a exposição e o fluxo de trabalhadores.
Bens e serviços
O
decreto de calamidade pública dará à Secretaria da Saúde o poder de fazer
requisição de bens e de serviços, tanto quanto for necessário. Sempre
reiterando a importância da colaboração de todos, o governador fez um apelo à
população. “Todos que puderem, fiquem em casa. E, mesmo dentro de casa,
higienizem os espaços e a si próprios, para evitarmos o contágio. Estamos
juntos e vamos superar juntos. Vai dar saudade de abraços e de carinho, mas é
melhor termos saudades de abraços e de carinhos do que das pessoas que podemos
perder”, afirmou.
Gabinete de crise
O
segundo decreto formaliza a criação do Gabinete de Crise, que reúne setores da
sociedade para estabelecer planos de ação e de controle em diversas áreas.
Serão discutidos, nesses grupos, temas de impacto econômico, de saúde, do
sistema prisional, de comunicação e de serviços digitais e de análise de dados.
Todos contarão com apoio técnico de especialistas e de entidades da sociedade e
do governo.
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